O governo, esperto que é, vende o peixe dos baixos índices de reprovação, cria cotas nas Universidades, filma jovens interessados e arrumados em escolas novas ou reformadas, impecáveis, com laboratórios, computadores e bibliotecas. O povo, os pais dos alunos, espertos que são, criticam o governo com alguns firmes comentários durante o jantar, mas quando começa a novela e o futebol tudo volta a ficar bem, os cidadãos podem descansar, pagar seus impostos e dormir felizes por mais um dia.
Os burros, os infelizes, são os professores. Talvez algum ideal ou vocação, sabe lá o que motiva uma pessoa a dar aula em escola pública, desperdiçar tempo e esforços para ser mal pago e desrespeitado. A maioria desiste, aprende a manha, se adapta ao sistema. Mas alguns gostam de apanhar e insistem em tentar fazer - que burrice! - os alunos se preocuparem com o próprio aprendizado.
E, assim, a tão falada esperteza brasileira popularizou e institucionalizou a hipocrisia, da instituição familiar à escolar.
A coisa anda feia. Fazer algo bom pra alguém nunca foi tarefa fácil, ainda mais agora que a geração "personalidade forte" confunde liberdade com libertinagem, e tratam professores bem intencionados como idiotas.
ResponderExcluirBom, só sei que eu fui mais esperto e resolvi estudar. Não sei no resto do país, mas pra quem mora em Sampa as coisas não andam as melhores, mas o acesso a informação é bem grande, levando em conta as Lan Houses, as Bibliotecas Públicas, e, se mora num lugar afastado, ônibus para chegar a esses lugares. Aqui há um grande acesso a informação, mas pouco interesse em buscá-la.
(Espero ter sido claro)