09/10/2009
São Paulo: cidade famosa nacionalmente pelo seu trânsito caótico em horários de pico. Todo dia tem trânsito, mas nenhum trabalhador ou estudante se acostumou aqui com a idéia de chegar atrasado ao lugar que se quer chegar. Eu sou um deles...
Moro em Guarulhos e estudo em São Paulo, no bairro de Santo Amaro. Só pra se ter uma idéia, da minha casa para o Aeroporto de Cumbica leva cerca 20 minutos de carro. Já da minha casa para o Terminal Armênia - que é uma espécie de portal pra quem quer sair de Guarulhos e região e entrar na cidade de São Paulo - já leva cerca de 50 minutos. Lógico, se nesse dia não chover, não houver nenhum outro veículo automotor que não seja o que esteja me levando, se a umidade relativa do ar estiver boa, se à noite for possível ver estrelas no céu poluído, se os ventos alísios não se encontrarem com os primos elísios... Resumindo, só quando milagres e fenômenos extraordinários ocorrerem aqui. Mas ir pra escola todo dia de carro assim não é viável. Logo, a solução é ir de ônibus.
Hoje eu resolvi sair de casa às 11:20 hs. O próximo ônibus era o das 11:40 hs. Tinha que estar na escola às 13:45. Então, resolvi ganhar tempo pegando uma van sentido Centro [de Guarulhos] pra que eu descesse próximo da Dutra, pois lá passa várias linhas de ônibus que vão para o Armênia. Então, às 11:30 hs apareceu um ônibus e já tratei de pegá-lo.
Pensei: "Puxa! Que bom! Estou adiantado! Peguei um ônibus antes das 11:40..." Não deu 5 minutos e o trânsito parou próximo da altura da Dutra próxima dos laboratórios da Aché em Guarulhos. Ou seja, eu não tinha percorrido nem metade do percurso(na verdade nem 1/4 da viagem!) e já estava preso pelo acúmulo de carros! E assim ficou parado até eu chegar no Terminal Rodoviário do Tietê (Fica um pouco antes do Armênia). Era cerca de 12:50 hs, e se eu seguisse o caminho habitual chegaria na escola uns 45 minutos depois SE não tivesse aquele trânsito horrível!
Aí eu comecei a pensar numa mudança rota. Resolvi descer no Terminal Rodoviário do Tietê e pegar um metrô lá, pra tentar chegar mais cedo. Fui correndo até a estação com a minha mochila na mão, pra correr mais rápido. (Minha mochila anda pesando uns 5 quilos). Passei meu cartão e entrei no vagão antes que fechasse e fosse embora.
O meu destino agora era chegar no Terminal Bandeira o quanto antes (Fica depois do Armênia e lá eu pego o ônibus que, de fato, chega na minha escola), e a estação Anhangabaú do Metrô-SP é praticamente colado de lá. Cheguei na estação Anhangabaú do Metrô rápido, e já fui perguntando pra um senhor:
- Qual a saída da estação que fica mais próxima do Terminal Bandeira?"
Ele responde:
- Pega uma saída e logo verá uma ponte. Vai nela que logo estará no Terminal.
Só pra garantir, depois de subir uma escada rolante, perguntei pra mais um senhor e ele me apontou a saída.
Eu saí e vi uma ponte. Opa! Vamo que vamo! Saí correndo pra chegar nessa ponte o quanto antes. Mas quanto mais eu corria, mais longe ficava a ponte. Pensei comigo:
- Caramba! Essa estação é maior do que eu pensava! A outra saída dela é muito longe dessa.
Corri e, quando senti que estava mais perto, fui aos poucos diminuindo a velocidade, pra não dar uma brecada brusca e passar mal com a respiração irregular. Passei aos poucos a andar e a respirar com um ritmo constante para recuperar o fôlego.
- Ei! Eu conheço aquele poste...
O "poste" era da estação São Bento. Resolvo virar de costas, e o que eu vejo? A grande bandeira brasileira do Terminal Bandeira, a uma estação atrás de mim! Eu fui seco na tal "ponte", e a ponte que o me indicou falou era realmente perto do Anhangabaú. A ponte que eu vi, na verdade, era o Viaduto Santa Efigênia...
Bom, já que estava atrasado mesmo, resolvi olhar melhor a paisagem, andar com calma, não esquentar a cabeça (mesmo que às vezes tive que me mandar calar a boca, senão eu não ia parar com o sermão), perceber andando como era arrumadinha a praça Ramos de Azevedo...
Cheguei no Terminal e o ônibus 6200 - T. Santo Amaro estava quase pra sair. Passei o cartão no validador e passo na catraca. Mal eu penso na frase "se desgraça pouca é bobagem..." e o ônibus breca e eu caio em cima dum passageiro de blusa azul, e rapidamente levanto! Ô coincidência infeliz!
Enfim, o que eu fiz com a intenção de chegar mais cedo acabou resultando em mais atrasado. Mas o dia não foi de todo ruim. Eu consegui pegar o bonde andando na aula, mas foi o suficiente pra que eu acompanhasse o professor desde o começo da explicação (me atrasei uns 20 minutos, mesmo com todo o entrave.), e ainda tive material pra fazer um post gigante!
Essa foi a história de um estudante que, entre outras coisas, observa e escreve. :)