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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Trânsito! - As desventuras dum "blogueiro-estudante" no trânsito paulista.

09/10/2009

São Paulo: cidade famosa nacionalmente pelo seu trânsito caótico em horários de pico. Todo dia tem trânsito, mas nenhum trabalhador ou estudante se acostumou aqui com a idéia de chegar atrasado ao lugar que se quer chegar. Eu sou um deles...

Moro em Guarulhos e estudo em São Paulo, no bairro de Santo Amaro. Só pra se ter uma idéia, da minha casa para o Aeroporto de Cumbica leva cerca 20 minutos de carro. Já da minha casa para o Terminal Armênia - que é uma espécie de portal pra quem quer sair de Guarulhos e região e entrar na cidade de São Paulo - já leva cerca de 50 minutos. Lógico, se nesse dia não chover, não houver nenhum outro veículo automotor que não seja o que esteja me levando, se a umidade relativa do ar estiver boa, se à noite for possível ver estrelas no céu poluído, se os ventos alísios não se encontrarem com os primos elísios... Resumindo, só quando milagres e fenômenos extraordinários ocorrerem aqui. Mas ir pra escola todo dia de carro assim não é viável. Logo, a solução é ir de ônibus.

Hoje eu resolvi sair de casa às 11:20 hs. O próximo ônibus era o das 11:40 hs. Tinha que estar na escola às 13:45. Então, resolvi ganhar tempo pegando uma van sentido Centro [de Guarulhos] pra que eu descesse próximo da Dutra, pois lá passa várias linhas de ônibus que vão para o Armênia. Então, às 11:30 hs apareceu um ônibus e já tratei de pegá-lo.

Pensei: "Puxa! Que bom! Estou adiantado! Peguei um ônibus antes das 11:40..." Não deu 5 minutos e o trânsito parou próximo da altura da Dutra próxima dos laboratórios da Aché em Guarulhos. Ou seja, eu não tinha percorrido nem metade do percurso(na verdade nem 1/4 da viagem!) e já estava preso pelo acúmulo de carros! E assim ficou parado até eu chegar no Terminal Rodoviário do Tietê (Fica um pouco antes do Armênia). Era cerca de 12:50 hs, e se eu seguisse o caminho habitual chegaria na escola uns 45 minutos depois SE não tivesse aquele trânsito horrível!

Aí eu comecei a pensar numa mudança rota. Resolvi descer no Terminal Rodoviário do Tietê e pegar um metrô lá, pra tentar chegar mais cedo. Fui correndo até a estação com a minha mochila na mão, pra correr mais rápido. (Minha mochila anda pesando uns 5 quilos). Passei meu cartão e entrei no vagão antes que fechasse e fosse embora.

O meu destino agora era chegar no Terminal Bandeira o quanto antes (Fica depois do Armênia e lá eu pego o ônibus que, de fato, chega na minha escola), e a estação Anhangabaú do Metrô-SP é praticamente colado de lá. Cheguei na estação Anhangabaú do Metrô rápido, e já fui perguntando pra um senhor:

- Qual a saída da estação que fica mais próxima do Terminal Bandeira?"

Ele responde:

- Pega uma saída e logo verá uma ponte. Vai nela que logo estará no Terminal.

Só pra garantir, depois de subir uma escada rolante, perguntei pra mais um senhor e ele me apontou a saída.

Eu saí e vi uma ponte. Opa! Vamo que vamo! Saí correndo pra chegar nessa ponte o quanto antes. Mas quanto mais eu corria, mais longe ficava a ponte. Pensei comigo:

- Caramba! Essa estação é maior do que eu pensava! A outra saída dela é muito longe dessa.

Corri e, quando senti que estava mais perto, fui aos poucos diminuindo a velocidade, pra não dar uma brecada brusca e passar mal com a respiração irregular. Passei aos poucos a andar e a respirar com um ritmo constante para recuperar o fôlego.

- Ei! Eu conheço aquele poste...

O "poste" era da estação São Bento. Resolvo virar de costas, e o que eu vejo? A grande bandeira brasileira do Terminal Bandeira, a uma estação atrás de mim! Eu fui seco na tal "ponte", e a ponte que o me indicou falou era realmente perto do Anhangabaú. A ponte que eu vi, na verdade, era o Viaduto Santa Efigênia...

Bom, já que estava atrasado mesmo, resolvi olhar melhor a paisagem, andar com calma, não esquentar a cabeça (mesmo que às vezes tive que me mandar calar a boca, senão eu não ia parar com o sermão), perceber andando como era arrumadinha a praça Ramos de Azevedo...

Cheguei no Terminal e o ônibus 6200 - T. Santo Amaro estava quase pra sair. Passei o cartão no validador e passo na catraca. Mal eu penso na frase "se desgraça pouca é bobagem..." e o ônibus breca e eu caio em cima dum passageiro de blusa azul, e rapidamente levanto! Ô coincidência infeliz!

Enfim, o que eu fiz com a intenção de chegar mais cedo acabou resultando em mais atrasado. Mas o dia não foi de todo ruim. Eu consegui pegar o bonde andando na aula, mas foi o suficiente pra que eu acompanhasse o professor desde o começo da explicação (me atrasei uns 20 minutos, mesmo com todo o entrave.), e ainda tive material pra fazer um post gigante!

Essa foi a história de um estudante que, entre outras coisas, observa e escreve. :)




8 comentários:

  1. Morra de inveja dos ônibus biarticulaos de Curitiba >=D

    Gostei da narrativa :)

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  2. Aaah, tenso, trânsito é tenso.
    É, verdade, os biarticulados de Curitiba ajudam bastante, apesar de estarem quase sempre lotados como uma lata de sardinha.
    Enfim.
    Mas ah, mesmo experiencias assim valem a pena, oh!

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  3. Meu Deus que caos,ainda bem que manteve a calma e aproveitou pra observar as mudanças sutis feita na cidade.Lendo este relato até da pra entender tanta violência no trânsito.
    Espero que espere da próxima vez, boa sorte cara!!!!!!!!!!!!

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  4. lheofacker e Matheus Cavalheiro:

    Na cidade de São Paulo tem muitos ônibus biarticulados, e em horário de pico eles enchem até o talo (se pudesse, colocariam gente até mesmo no espaço entre a cabeça dos passageiros e o teto do ônibus), mas mesmo assim o trânsito não anda. Se é pra sentir inveja, só se for do pouco trânsito de vocês, porque biarticulado aqui também têm.

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  5. Com biarticulado eu quis dizer pista exclusiva deles, tubo, etc. '-'
    Não sei se tem em SP também, mas com certeza ajuda xD
    http://farm1.static.flickr.com/22/40068882_ef933f3df9.jpg?v=0

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  6. Tenho a imensa sorte de morar perto do meu trabalho, daí só pego trânsito pra voltar pra casa, às 18h00. Se não tivesse esse trânsito, chegaria em casa, de carro, em três minutos. Com trânsito, chego em vinte. É a vida.

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  7. Charlie

    Ri muito aqui lendo. Realmente, foi um dia robgordoniano, como você mesmo disse - a hora que você colocou os pés na ponte, eu gargalhei aqui, temendo pelo pior. :-)

    Fantástico, o post!

    Abraços!

    (desculpe a demora em comentar)

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