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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

30


Esses dias andei observando alguns papéis que escrevi, falando sobre alguns dos meus amigos e parentes alguns anos atrás. Engraçado que muita coisa não mudou, tanto referente a mim como referente aos meus amigos.

O tempo passa, as coisas mudam, mas nem sempre as pessoas mudam. As mudanças às quais me refiro não são coisas ruins necessariamente. Amadurecemos, ganhamos bagagem, mas a nossa essência não muda muito. Por mais durões que tentemos ser, somos frágeis: temos medos, ansiedades, agonias, tristezas...

Falando em tempo, agora tenho cara de 20, mente de 35, emocional de 15 e corpo de vinte e cinco. Somando tudo o resultado é 30. Mais 10 chegamos aos quarenta. Se der bobeira, chego aos 80 num estalar de dedos.

Diante desse cálculo todo, vejo que o melhor momento é agora. As coisas não esperam: tudo está em processo. Durante o processo, decisões são tomadas. A não-decisão minha implica que a decisão será dada por outra pessoa. Não há como escapar, e é praticamente um fenômeno natural.

Ansiedade é normal, mas nunca deve ser usada como norte. Ela, se não controlada, vira um ímã que bagunça a direção da bússola.

Se você não entendeu nada do que escrevi, meus parabéns. Você não teve problemas na vida. Quer dizer... Pelo menos você não chegou aos 30 anos e não se sente um adolescente prestes a protagonizar mais um episódio de "Essa é a minha vida" teen. Já não era pra certas questões terem sido resolvidas?

Na escola da vida, não importa quantas séries você passa, SEMPRE haverá mais contas para responder, equações para solucionar e problemas para resolver. Nada é só + ou - ou ÷ ou ×, vez ou outra vai aparecer símbolos matemáticos que tentaremos entender, e elementos que surgem apenas para nos ensinar que há contas, equações e problemas que não possuem solução. Somos obrigados apenas a lidar.

A que conclusão chegamos depois de tudo isso? Até o momento... Nada! Quando eu concluir, é porque eu morri. Até lá, uma coisa é certa: eu terei mais do que 30 anos.