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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Vítima da própria raiva

Quem se leva a sério tem e terá sérios problemas; enxerga problema até onde não existe. Foca demais no que não deu certo, e sufoca a esperança de um dia dar certo.

Quem se leva a sério se torna vítima da própria raiva: raiva de si, raiva do que considera um vacilo, um grande erro.

Diante da raiva quebra o que alcança... e então percebe que o grande erro foi feito exatamente no momento da quebra: ao descontar a raiva, acrescentou para si um grande prejuízo.


quarta-feira, 12 de julho de 2017

Caráter vem de berço (?)

"Corpo bonito qualquer academia faz ! Mas caráter e humildade, vem de berço."

 Acredito em parte do que dizem essas palavras. Acredito que corpo bonito não é tudo, e isso qualquer pessoa sensata sabe disso. Porém, caráter e humildade não acredito que venha sempre de berço não. Se fosse assim, os filhos de Osama Bin Laden e Pablo Escobar estariam hoje destinados a serem dois terroristas, e isso eles não são.

 Alguém ser do mesmo sangue que você não é garantia de que essa pessoa será tua amiga e um modelo a ser seguido. Felizmente é possível ser gente mesmo quando o berço anda todo estragado. Muita gente veio de pais problemáticos, e hoje são grandes pessoas, apesar da crença de que se os pais não prestam os filhos também vão ser uma droga.

Por conta dessa crença de que a genética é um fator dominante e determinante no caráter de alguém que muita gente não quer adotar crianças com muito mais do que 2 meses de idade, pois acreditam que até esse período o "gene do mal" não teve tempo de se manifestar. Essa crença habita a cabeça até mesmo de pessoas formadas em disciplinas relacionadas ao comportamento humano. Estudam, estudam, mas não aprendem de fato...

Caráter vem de berço sim, mas não sempre. Há momentos em que, contra todas as expectativas para o pior, alguém aprende com até então completos estranhos a linguagem do amor de verdade: aquele que não usa o parentesco como desculpa para o ódio aos outros fora da família.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

30


Esses dias andei observando alguns papéis que escrevi, falando sobre alguns dos meus amigos e parentes alguns anos atrás. Engraçado que muita coisa não mudou, tanto referente a mim como referente aos meus amigos.

O tempo passa, as coisas mudam, mas nem sempre as pessoas mudam. As mudanças às quais me refiro não são coisas ruins necessariamente. Amadurecemos, ganhamos bagagem, mas a nossa essência não muda muito. Por mais durões que tentemos ser, somos frágeis: temos medos, ansiedades, agonias, tristezas...

Falando em tempo, agora tenho cara de 20, mente de 35, emocional de 15 e corpo de vinte e cinco. Somando tudo o resultado é 30. Mais 10 chegamos aos quarenta. Se der bobeira, chego aos 80 num estalar de dedos.

Diante desse cálculo todo, vejo que o melhor momento é agora. As coisas não esperam: tudo está em processo. Durante o processo, decisões são tomadas. A não-decisão minha implica que a decisão será dada por outra pessoa. Não há como escapar, e é praticamente um fenômeno natural.

Ansiedade é normal, mas nunca deve ser usada como norte. Ela, se não controlada, vira um ímã que bagunça a direção da bússola.

Se você não entendeu nada do que escrevi, meus parabéns. Você não teve problemas na vida. Quer dizer... Pelo menos você não chegou aos 30 anos e não se sente um adolescente prestes a protagonizar mais um episódio de "Essa é a minha vida" teen. Já não era pra certas questões terem sido resolvidas?

Na escola da vida, não importa quantas séries você passa, SEMPRE haverá mais contas para responder, equações para solucionar e problemas para resolver. Nada é só + ou - ou ÷ ou ×, vez ou outra vai aparecer símbolos matemáticos que tentaremos entender, e elementos que surgem apenas para nos ensinar que há contas, equações e problemas que não possuem solução. Somos obrigados apenas a lidar.

A que conclusão chegamos depois de tudo isso? Até o momento... Nada! Quando eu concluir, é porque eu morri. Até lá, uma coisa é certa: eu terei mais do que 30 anos.