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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Fala na cara! Não elogie por trás!

Internet: lugar onde todo tipo de opinião é publicada. As que mais vemos são as em que a pessoa, sem pensar duas vezes, critica todo e qualquer tipo de trabalho. Todo mundo sabe tudo, tem acesso a todas as coisas e assuntos, e todo mundo é especialista na arte de espalhar o ódio.

Diante de tantos dizeres ruins, é seu dever, caro leitor, elogiar sinceramente aqueles que você acha que fizeram algo de bacana. É tanta gente pra falar mal, por que você não faz diferente? Estudos científicos e a experiência das sábias avós mostram que o elogio produz mais resultados do que um sermão.

Não estou dizendo que devemos elogiar sem motivo. Devemos elogiar sim, mas S-I-N-C-E-R-A-M-E-N-T-E. Achou bacana? Não deixe para amanhã! Se você não elogiar os outros, quem vai elogiar os outros por você? E seu elogio será um presente - mesmo que o cara (ou a guria) não reconheça na hora - pois as chances do seu elogio valer mais do que as que ele já recebeu da mãe dele é extremamente grande!

Por isso, repito: elogie. Não custa nada, mas vale muito.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

A pressa nos tempos da escola

Quem já leu alguns posts passados sabem que eu sou inspetor de alunos. Nessas últimas semanas estou correndo contra o tempo junto com as coordenadoras da escola para que todos os alunos façam o Simulado do Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo). A quantidade de pessoas para abranger é um dos fatores que demandam tempo para a realização desse trabalho, mas um fator é o que mais gasta tempo e paciência: ensinar os alunos a se logarem no site do Simulado.

O grande desafio na hora de ensinar não é o aluno entender ou não, e sim a paciência dele em te ouvir de verdade. Ele até fica quieto, mas você termina de explicar e ele pergunta exatamente aquilo que você ensinou. Por exemplo:

Eu:
- Pessoal, eu dei pra cada um de vocês uma sequencia de números com esse mesmo formato que está na lousa.

Lousa:
- 12345678-9

Eu:
- Os números que estiverem antes desse tracinho vcs usam para se logarem agora.

Aluno:
- Tá, mas quais números eu devo colocar?

Eu:
- Olha o número que eu te dei. Não tem um tracinho igual a esse da lousa?

Lousa:
- 12345678-9

Aluno:
- Ahn.

Eu:
- Então, esses números antes desse tracinho (mostro no papel do aluno) você tem que colocar nesse lugar aqui. (Mostro da tela do computador.)

Aluno:
- Ai! Não entendi nada. Que número eu tenho que colocar aqui mesmo?! Como eu vou colocar a senha se eu nunca entrei?! Nossa! Que difícil!

Calcula mais ou menos o tempo que eu tive que gastar pra fazer esse sujeito entender o que era pra fazer. Agora, pense que eu tive que fazer essa mesma explicação e um pouco mais para outros 10 alunos ou mais! Isso sem falar nas vezes que você tem que prometer chamar a Coordenação caso eles não fechem a boca e façam logo o Simulado.

Com esse breve relato eu quero destacar que o problema aqui não é a burrice dos jovens, pois burros eles não são. O problema é a paciência em ouvir que falta pra eles. Eles não querem resolver usando o método que você está ensinando. Eles querem que você faça por eles, ou que o jeito deles funcione. Se não funciona, ao invés de ter calma e ouvir melhor já concluem que aquilo é superdifícil e impossível de realizar e que não tem paciência para essas coisas e deixa eu abrir o WhatsApp e o Facebook para eu conversar com os meus amigos que eu ganho mais e é muito mais fácil e bem menos complicados que toda essa burocracia que nos obrigam a fazer e não sei por que ficam inventando essas coisas pra gente fazer e bla bla blá! (A falta de vírgulas foi proposital) Haja nervos e jogo de cintura para lidar com a geração "um clique, tudo certo".

O problema detectei, mas sei que não adianta reclamar do desafio e não pensar num jeito de resolvê-lo. Percebi, num dos grupos que atendi, que a ajuda de duas alunas que entenderam como funciona o processo agilizou o atendimento. Elas se solidarizaram e tomaram a iniciativa em ajudar os amigos que não entendiam. Diante dessa observação, chamarei um grupo de alunos e explicarei como de costume. Sem eles perceberem eu farei um teste e descobrirei quem se encaixará no perfil que eu preciso. Será um, no máximo dois alunos, que pedirei para me ajudar. Quem ensina, aprende; então posso dizer que essa ajuda tem um fim pedagógico.

Moral da história: ensinem os jovens a serem mais pacientes. Essa falta de paciência atrapalha eles e as pessoas em volta deles. Eu dei um exemplo do meu local de trabalho, mas nas estradas, por exemplo, as pessoas andam muito apressadas e sem paciência também. Daí um acidente acontece por excesso de velocidade e 100km de pessoas são obrigadas a esperar sem necessidade no trânsito JUNTO com o apressado. Você pode até insistir em ser o ninguém-manda-em-mim, que tá nem aí, mas sua vida não será mais simples por conta da sua teimosia.

O apressado come cru, come fruta verde, e faz a vida passar mais rápido. Engraçado: a vida é curta...




sábado, 22 de outubro de 2016

Ser gentil com aluno não faz de você um inspetor idiota.

Ser gentil é sinal de fraqueza? Ser bacana é algo arriscado demais, que pode pôr em risco o respeito que as pessoas tem por você? Todos os dias essas questões se repetem na minha cara, como que fustigando sutilmente a minha pele.

Sinto pessoas rindo de mim pelas costas, achando que sou ridículo por ser espontâneo, se achando os reis da piada por acharem que sou digno de ser "aloprado" ("Aloprar" significa "zombar, zoar, fazer troça"). "Nossa, mano! Alopro direto aquele cara!", dizem.

Ok, ok: o meu jeito de ser não passa desapercebido. Dançar por onde se anda e cantarolar enquanto trabalha não é algo comum de se ver um inspetor de alunos fazer, mas isso não faz de mim um profissional pior. Até onde eu sei eu lido com jovens, e quanto mais sisudo eu for, mais resistentes eles serão.

Pra quê reprimir minha personalidade, forçar a barra? Ficar com cara de bravo o tempo inteiro farão as pessoas me respeitar sempre? Não! Acredito que é um bom caminho não duvidar da capacidade do aluno de raciocinar e de ser persuadido a falar com seus professores duma forma que evite maus entendidos. Há momentos que uma intermediação amigável já é mais que o suficiente. Não é preciso ficar gritando o tempo todo! Se for preciso ser mais firme na hora de advertir, aborde de forma mais séria, independentemente se você for espontâneo ou não. E outra: quando a barra pesa, não sou eu que tenho que resolver...

Apesar de parecer, inspetor de alunos NÃO É segurança de boate. Qualquer um que oriente alguém - mesmo que a orientação seja um "vá pra sala" - pode ser classificado como educador. (Não estou me referindo à educação moral que cabe aos pais, mas sim como um educador no sentido de trabalhar com Educação.) Não sou professor de sala, mas é preciso que o amor me oriente na forma como educo. Respeito é uma forma de amor. Em outras palavras, tem que saber chegar.

No que diz respeito a ser gentil, a gentileza não gera gente folgada. O que gera gente folgada é a sua incapacidade de dizer "não". Sou gentil sim, mas quando não dá, falo que não dá pra fazer e sigo meu trabalho. Até lembro a pessoa que, quando dá, eu ajudo sem problemas, mas há momentos que você precisa abrir o jogo e mostrar que não dá pra atender às demandas individuais de todos os jovens duma escola com mais de 500 alunos!

Mudar meu jeito eu quero, mas tem que ser pra melhor. Eu não vou melhorar se eu suprimir a minha personalidade. Não haverá motivo de ficar cantarolando dentro do cinema enquanto assisto a um filme, mas num corredor barulhento de escola é inapropriado? Não. Não é.

Ser feliz não é um crime. Ser gentil não é fraqueza. Ser bondoso não te faz idiota. O problema não está na felicidade, na gentileza, e muito menos na bondade. O problema é o mundo que está doente e que adoece o conceito das pessoas do que é a vida.

domingo, 18 de setembro de 2016

Exatas ou Humanas? Eis a questão!

Se sou de Exatas ou de Humanas? Acho que a mistura dos dois.

Acredito no amor, mas não sou desses impulsivos, que por causa duma paixão ou amizade se descabeça, perdendo a noção total do que faz. (Estou falando na maioria das vezes. Eu sou de carne e osso, ok?)

Na escola eu amava Português, mas vivia ensinando meus amigos a como resolver contas de Matemática. Álgebra e problemas - ou seja, quando letras e palavras se misturavam aos números - não me davam dores de cabeça. O volume de exercícios sim, mas não o fato de precisar resolvê-los.

Sinceramente? Não existe disciplina isolada da outra. Elas são isoladas para facilitar o entendimento de partes dum assunto, mas a existência de uma depende da outra. "Ah! Mas eu faço Letras e nunca precisei de números! Só pra saber do meu salário e o número da página e olhe lá!". Pois é... Mas e a métrica usada para tornar as poesias mais interessantes? Há somente Linguística nisso?

Amava Português porque, como eu dizia desde a 3ª série, mais ou menos, eu conseguia aprender as outras matérias. (Como eu não sabia Inglês na época...) Quantas e quantas vezes eu li um dicionário pra entender Ciências, História, Biologia!...

Ficar nessa de "sou de Humanas" ou "sou de Exatas" é algo que me limita. Posso gostar mais de Línguas, mas desprezar os cálculos com um "Ain! Não gosto!" ou "Ain! Não sei!" é, no mínimo, besteira. O fato de não saber como fazer não pode me motivar a desprezar a arte que não sou capaz de executar tão bem. (Quando digo "arte" leia-se "disciplina", "matéria", ou coisa parecida)

Então?! Sou de Exatas ou de Humanas?! Eu sou de Dalton, Charlie Dalton!

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Nota não vale mais que seu conhecimento.

...Mas ajuda a dar uma noção. Uma nota escrita por meio de um número representado pela tinta num papel não vai te mostrar nitidamente o tanto que uma pessoa possui de conhecimento em sua totalidade, conhecimento que é algo abstrato, mas vai dar a possibilidade de mostrar uma sombra do que você sabe junto com o esforço em fazer até mesmo aquilo em que você não é tão bom.

"Mas sempre tem um jeito de burlar!". Sim, é possível enganar as pessoas com notas vazias, como também com o conhecimento mal empregado, usando fatos para maquiar uma mentira deslavada. Tenha a noção que uma nota não define você como um todo, mas não fique triste caso tire um 10.

(Pensei nos jovens do Ensino Médio e Universitários, mas a essência do que foi dito aqui faz sentido em todo o resto de nossas vidas...)