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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Lições de vida a partir da morte de uma pessoa querida.

(TEXTO ESCRITO ONTEM)

É impressionante como em poucos segundos uma pessoa muda a sua vida. Muitos passam a vida toda acreditando que está sozinho e desligado de todo o resto, que nesse mundo são só você e você, mas a morte de uma pessoa mostra que isso não é verdade.

Hoje, 13 de dezembro de 2011, morreu uma professora muito conhecida aqui no bairro, dentro de sua casa vítima de depressão. Essa doença a fez acreditar que sua vida não tinha valor, mas a sua morte trouxe à tona a sua história no bairro onde lecionava, cujo resultado foi a alfabetização de pelo menos duas gerações de crianças. Sua morte causou comoção tanto nas mães das crianças como de todos os seus irmãos na fé que ficaram sabendo da notícia.

Dessa morte eu tiro duas lições:

1. Se há um depressivo em sua casa, a atenção tem que ser triplicada. Não se pode descuidar de um doente. Mesmo com toda a atenção do mundo o doente pode dar um jeito e se matar, mas dando ao doente atenção as chances diminuem.

2. Se você está na beira do desespero pensando em se matar para resolver problemas, saiba que a sua morte não afetará apenas você. Afetará a todos que te amam. (Você talvez ACHE que não, mas existem pessoas que se importam com você.)

"Essa vida é cheia de altos e baixos". A frase é clichê, mas é uma verdade. Hoje você está bem, mas amanhã poderá estar com depressão, por exemplo. Nunca, NUNCA, se ache autosuficiente. Quando você menos esperar, de alguma forma você vai precisar de alguém...

Um comentário:

  1. Apesar não ter perdido nenhuma pessoa que fosse muito próxima, eu entendo bem o sofrimento. Precisava dizer isso antes de prosseguir com o comentário porque eu SEI que pode acabar parecendo meio insensível.

    Mas é necessário encarar isso da forma mais objetiva o possível. Das duas lições que você tirou, tenho que falar primeiro da segunda:

    Sim, sua morte vai afetar outras pessoas. No entanto, é preciso entender que, do ponto de vista de quem morre, isso não faz a menor diferença. O que acontece como consequência da morte de uma pessoa simplesmente não importa para esta mesma pessoa. Se você quer dissuadir alguém de cometer suicídio, esse argumento se torna inválido.

    Agora, a primeira:

    Você tem toda a razão neste ponto. É mesmo preciso dar atenção a quem está sofrendo de depressão. É uma doença muito séria e não se pode deixar quem sofre dela sozinho.

    Porém, há algo que se deve levar em conta: qual é o tamanho do sofrimento pelo qual o doente está passando? Até que ponto o tratamento contra a doença reduz o sofrimento?

    Muita gente não gosta de pensar muito no assunto. E muita gente não gosta da forma como eu penso. Eu defendo o suicído; acho que é um direito que não deve ser negado. Todo mundo deve ter o direito de decidir sobre todos os aspectos da própria vida. É claro que medidas devem ser tomadas: todo o potencial suicida deve primeiro conversar com um psiquiatra, descobrir se realmente vale a pena e se, mesmo assim, a pessoa desejar se matar, então ela deve ter o direito e ninguém deveria tentar interferir.

    Aqui um excelente vídeo sobre o assunto: http://www.youtube.com/watch?v=lxsN86Rj8bM

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